Existe Demônio Também na Política
Um cristão acredita em Deus, claro, mas sabe, como reafirmou o papa João Paulo 2º, que o demônio existe. O que é matéria de crença pode encontrar plena correspondência numa mentalidade agnóstica. Deus é a convicção, o princípio, o norte moral; o demônio é frouxidão da vontade, a ausência de limites, o relativismo sobre todas as coisas. Um cristão sabe que a manifestação mais clara do demônio — e, por favor, eliminem da imaginação aquela bobagens de possessão à moda do filme O Exorcista — é aquela que o leva a duvidar de si mesmo, dos seus valores; que põe uma névoa sobre os seus olhos e o impede de distinguir o certo do errado, porque, afinal, o certo de um sempre será o errado de outro, e vice-versa, e, enfim, tudo seria uma questão de ponto-de-vista.
Na política, também existe o demônio — para tristeza (ou felicidade, sei lá) de Marilena Chaui e de Emir Sader. Ele converte em fel todas as conquistas da democracia, que passam a ser encaradas, então, como marcos a serem superados em nome de um bem maior, que chamam a “redenção dos oprimidos”. Hoje li um texto de Sader, que me foi enviado por um amigo. Ali, um professor, alguém que carrega o título de cientista social, mente sem receios: diz que, se eleito, Alckmin vai privatizar a Petrobras e o Banco do Brasil. Infelizmente, trata-se de uma mentira. Infelizmente, o país sofrerá muito até que se evidencie essa necessidade. O homem aplaude todas as conquistas do governo Lula, com especial ênfase para o que considera a retomada do Mercosul. Penso nos crentes que o lêem, que acabam acreditando naquilo...
É o Mal. No texto de Sader, peça de resistência do petismo, de que Marta Suplicy já faz proselitismo nas ruas de São Paulo, todos os escândalos havidos são uma trama dos inimigos. Nada aconteceu. A história se passa num outro plano, que não este que reconhecemos. Haveria uma luta entre duas essencialidades: o projeto popular, que Lula encarnaria, e o outro, o das elites entreguistas, que querem subordinar o Brasil à lógica do capital — como se hoje vivêssemos à margem. É, claro!, um ponto-de-vista, mas que precisa se ancorar na farsa, em dados que não existem. Ou, então, não se sustenta. E que só encontra eco entre os admiradores porque certamente compartilham da ignorância que ele tem ou finge ter.
O mal é sempre sedutor. Aparecesse aos que são alvos da tentação com sua vestimenta real, não atrairia ninguém para o covil. Imaginem se Sader ou Marilena resolvessem lembrar os milhões de mortos de sua crença, de sua ideologia, para que eles pudessem chegar até aqui, em 2006, repetindo aqueles mesmos mantras. O interessante dessa gente é que eles não têm nunca um passado a oferecer como guia. Suas teses só têm futuro. O mundo que nos oferecem como alternativa nunca existiu, mas existirá um dia, desde que paguemos um preço.
Nós, os que acreditamos no individualismo radical; os que não suportamos que o demônio do Estado venha nos dizer o que fazer e o que não fazer; os que não acatamos as “imbecilidades coletivas” (by Olavo de Carvalho); os que não reconhecemos a autoridade da manada; os que não aceitamos o argumento da autoridade do social sobre a autoridade moral; os que não acatamos que leis democraticamente votadas sejam sacrificadas por causa da gritaria de minorias influentes, nós temos o dever de resistir, de ir para a guerra de valores, de acusar o golpismo dessa gente nefasta. E temos de mobilizar outros indivíduos como nós, neste exército sem quartel, nesta religião sem templo, que é a liberdade individual, que eles tentam sufocar, seja com a caridade que esmaga, seja com a patrulha que silencia.
Sim, é preciso ter em relação a essa gente uma ira verdadeiramente santa. Santa, pacífica e absolutamente intransigente. A ninguém foi dado, por Deus ou pelos homens (cada um segundo a sua escolha), de conquistar o Bem por meio do Mal. Se vocês repararem, eles reivindicam dois monopólios: tanto o de pecar como o de pedir perdão. Seja pecar contra Deus (para os crentes), seja pecar contra a cidadania. Eles têm de ir embora.
Se não agora, quando?
www.reinaldoazevedo.com.br/arquivos/2006_10_01_reinaldoazevedo_archive.html#116012378638244261
Na política, também existe o demônio — para tristeza (ou felicidade, sei lá) de Marilena Chaui e de Emir Sader. Ele converte em fel todas as conquistas da democracia, que passam a ser encaradas, então, como marcos a serem superados em nome de um bem maior, que chamam a “redenção dos oprimidos”. Hoje li um texto de Sader, que me foi enviado por um amigo. Ali, um professor, alguém que carrega o título de cientista social, mente sem receios: diz que, se eleito, Alckmin vai privatizar a Petrobras e o Banco do Brasil. Infelizmente, trata-se de uma mentira. Infelizmente, o país sofrerá muito até que se evidencie essa necessidade. O homem aplaude todas as conquistas do governo Lula, com especial ênfase para o que considera a retomada do Mercosul. Penso nos crentes que o lêem, que acabam acreditando naquilo...
É o Mal. No texto de Sader, peça de resistência do petismo, de que Marta Suplicy já faz proselitismo nas ruas de São Paulo, todos os escândalos havidos são uma trama dos inimigos. Nada aconteceu. A história se passa num outro plano, que não este que reconhecemos. Haveria uma luta entre duas essencialidades: o projeto popular, que Lula encarnaria, e o outro, o das elites entreguistas, que querem subordinar o Brasil à lógica do capital — como se hoje vivêssemos à margem. É, claro!, um ponto-de-vista, mas que precisa se ancorar na farsa, em dados que não existem. Ou, então, não se sustenta. E que só encontra eco entre os admiradores porque certamente compartilham da ignorância que ele tem ou finge ter.
O mal é sempre sedutor. Aparecesse aos que são alvos da tentação com sua vestimenta real, não atrairia ninguém para o covil. Imaginem se Sader ou Marilena resolvessem lembrar os milhões de mortos de sua crença, de sua ideologia, para que eles pudessem chegar até aqui, em 2006, repetindo aqueles mesmos mantras. O interessante dessa gente é que eles não têm nunca um passado a oferecer como guia. Suas teses só têm futuro. O mundo que nos oferecem como alternativa nunca existiu, mas existirá um dia, desde que paguemos um preço.
Nós, os que acreditamos no individualismo radical; os que não suportamos que o demônio do Estado venha nos dizer o que fazer e o que não fazer; os que não acatamos as “imbecilidades coletivas” (by Olavo de Carvalho); os que não reconhecemos a autoridade da manada; os que não aceitamos o argumento da autoridade do social sobre a autoridade moral; os que não acatamos que leis democraticamente votadas sejam sacrificadas por causa da gritaria de minorias influentes, nós temos o dever de resistir, de ir para a guerra de valores, de acusar o golpismo dessa gente nefasta. E temos de mobilizar outros indivíduos como nós, neste exército sem quartel, nesta religião sem templo, que é a liberdade individual, que eles tentam sufocar, seja com a caridade que esmaga, seja com a patrulha que silencia.
Sim, é preciso ter em relação a essa gente uma ira verdadeiramente santa. Santa, pacífica e absolutamente intransigente. A ninguém foi dado, por Deus ou pelos homens (cada um segundo a sua escolha), de conquistar o Bem por meio do Mal. Se vocês repararem, eles reivindicam dois monopólios: tanto o de pecar como o de pedir perdão. Seja pecar contra Deus (para os crentes), seja pecar contra a cidadania. Eles têm de ir embora.
Se não agora, quando?
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