Comentário sobre a Batalha pela Bíblia
Manoel José de Miranda Filho*
Muito interessante esta questão da Batalha pela Bíblia, irmão.
Mas, como sempre, quero tecer um comentário. Jesus passou pelos problemas, ou por cima deles como querem os liberais que acreditemos? Vou usar a maiêutica de Sócrates e pedir
que eles me provem que Jesus não andou por sobre as águas.
As muitas ciências hoje tentam provar que Deus não existe, que Jesus é apenas um mito ou alguém que veio para a sua terra como um profeta como osoutros profetas vieram e que o processo da criação é meramente religioso.
Sobre a existência de Deus, as mais lisonjeiras teorias dos homens em relação ao que a razão humana se "orgulha" de ter conseguido provar é que estes assuntos não passam de meras hipóteses e conjecturas. Em período algum da história humana há exemplo de filósofo, cientista ou seja lá o que for, que manifestasse a pretensão de ter adquirido a idéia primitiva da existência de Deus por meio de investigação pura e simplesmente racional. Ou seja, em todos os casos em que se trata de raciocínio destinado a demonstrar a existência de Deus, não é possível chegar ao conhecimento do fato como verdade original e sim simplesmente se consegue fortalecer e confirmar verdade já conhecida e admitida. Se pudéssemos admitir que o homem estivesse colocado em situação tão absolutamente privada da luz da Revelação que ficasse sem a idéia de Deus, seria difícil admitir que ele tivesse capacidade, por si só, através do raciocínio, de chegar à conclusão da existência do que lhe era totalmente desconhecido (você é filósofo e sabe do que estou falando, até melhor do que eu). Nestas condições ele andaria apalpando-se no meio das mais densas trevas, (lembra sobre a caverna e a luz que se achou dentro dela? As densas trevas são essa caverna e a luz que outrora se achou por dentro dela é JESUS CRISTO, luz do mundo), sem adiantar nem sequer um passo na aquisição do conhecimento da existência ou da natureza do Criador, conservando-se nesta ignorância até que tombasse morto como as bestas (as feras selvagens) que perecem. Entretanto, é evidente, à vista do que afirmam as Escrituras, que rodeados como nos encontramos pela luz da Revelação em todo o seu esplendor, ou mesmo, como em geral acontece com as nações pagãs, apenas auxiliadas pelo vislumbre da TRADIÇÃO, podemos ver nas obras da natureza através das nossas "faculdades racionais", no mundo que nos rodeia, numerosas provas que demonstram a existência de Deus.
Sobre o processo de criação, vamos por partes. A Antropologia nos ensina que o homem foi criado através de uma sublime "intervenção milagrosa" na natureza, refutando a sabedoria e glória divina da criação. Têm-se que o homem foi criado de uma derivação de seres orgânicos ou de alguns tipos primitivos e, graças ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de plantas e animais tornou-se o homem. Até hoje esta evolução de Darwin não foi comprovada, pois na ciência o que vale é quando se comprova através de dados verídicos.
A ciência já admite hoje que o homem pode ter vindo do barro ou da terra devido a quantidade de minérios que existem dentro do corpo humano, fósforo, ferro, cálcio e etc., com isso, a ciência diz que o homem pode ter aparecido no mundo repentinamente, não por evolução de seres inferiores, mas repentinamente. Os crânios dos homens primitivos mostram claramente que estes tinham a mesma organização cerebral que o homem possui hoje e podemos portanto supor que tinham a mesma natureza intelectual e moral.
A Geologia harmoniza-se com a Bíblia da forma como o homem entrou no mundo. Em ambos os
relatos (geologia e Bíblia), o homem é visto como geologicamente moderno e as ossadas encontradas até hoje mostram acerca de uma identidade e origem comum de todos os homens. A capacidade cerebral dos mais antigos homens testificam que eram os senhores da criação e pouco aliados de animais, o que nos lembra as passagens de gênesis sobre o homem dominar a terra. Visto que existimos e não somos a causa primária da nossa existência, visto que a natureza existe através de mim e em mim, eu existo, mas não em mim, mas em Deus, que não existe em ninguém e somente Nele mesmo, sendo este SER a causa primária de todas as coisas (você é fera nisso: Existencialismo).
Visto também que a teoria da evolução pressupõe um germe criado e que este germe pressupõe um criador e visto ser impossível que a matéria originasse o movimento, posso concluir que a causa primária do movimento criador deve ser uma mente independente e acima da matéria, que a nossa existência é obra desta mente independente e que como seria coisa impossível que essa mente agisse sem que primeiramente existisse, logo vemos a existência de Deus demonstrada como causa primária de nossa própria existência. Desculpe se estou lhe perturbando a paciência dizendo essas coisas que você já sabe.
Sobre nosso querido e amado Jesus (na sua natureza humana), primeiramente os gnósticos diziam que a divindade entrou em Jesus logo após o batismo efetuado por João Batista, que era baseada num princípio da filosofia dos antigos gregos de que "a matéria está inseparavelmente relacionada com o mal". Esta teoria levou Marcião no início do século II a reformar ensinos dos gnósticos, sustentando que Cristo em lugar de nascido de mulher, desceu com aparência de um corpo humano a Cafarnaum, para anunciar aos homens a existência do princípio do bem, até desconhecido. Os marcionistas diziam que o corpo de Jesus não era real, não passando de um fantasma ou sombra e que Jesus o usava para conversar com os homens.
As diferentes formas de gnosticismo não negavam as afirmações às escrituras da humanidade
de Cristo, mas afirmavam que elas só existiam de forma aparente, por isso chamados docetas ou fantasistas. Mais tarde Eutíquio caiu num erro semelhante, ensinando que a humanidade de Cristo foi absolvida na divindade e que seu corpo não tinha existência real. Enquanto esse povo negava a existência real do corpo de Cristo, a heresia apolinária rejeitou a existência de uma alma humana em nosso Salvador. Na sua natureza divina, três teorias distintas foram adotadas.
Socino ensinava que o Salvador começou a sua existência ao nascer de Maria, se bem que "possuído" de santidade e excelências extraordinárias. Ário ensinava que ele era o primeiro e o mais exaltado dentre os seres que Deus criou em qualquer tempo, mas que apesar disso, foi
"criado". Os trinitários, ao contrário, ensinam que ele possui duas naturezas distintas: A humana, nascida por Maria e crucificada no madeiro, e a divina, unida com a humana (visão mórmon hoje). Então, esses ataques ao nosso Senhor e Salvador são antigos. Sua natureza humana (Gal 4:4; Hb 2:14-17; Lc 2:52; Mt 4:2; Jo 19:28; Jo 11:35) e sua natureza divina
(Jo 1:1-3,10,11; Cl 1:15-17; Cl 1:17; 2Tm 4:1; Is 40:3) e outras mais.
É por isso que eu te falei sobre a maiêutica, não tenho medo de forma nenhuma de ser levado por eles, pois tanto na vida prática (empirismo), como na ciência (lógica, matemática) como na Palavra do Senhor (a nossa querida Bíblia), temos grandes argumentos para crermos que o Senhor existe e que podemos refutar qualquer coisa que seja contra DEUS e NOSSO QUERIDO REDENTOR SENHOR JESUS CRISTO. Quem tem que me provar o contrário são eles. E vai ser
muito difícil!!!!!!!!!
Fica com Deus meu irmão. Espero não ter tomado o teu tempo.
*Manoel José de Miranda Filho é estudante de teologia na FAEPI (Faculdade Evangélica do Piauí), em Teresina, Brasil.
Bibliografia pesquisada:
- Manual Prático de Teologia (Eduardo Joiner)
- Introdução à Teologia Sistemática (J. Millard Erickson)
- Teologia Sistemática (Louis Berkhof)
- História da Igreja Cristã (Jesse Lyman Hurlbut)
- História da Teologia Cristã (Roger Olson)